quarta-feira, agosto 23, 2006

E como dos homens também reza a história...

e a pedido, aqui vão os nossos reis da 1ª Dinastia e respectivos cognomes:

D. Afonso Henriques, o Conquistador - 1108/1185
D. Sancho I, o Povoador - 1154/1211
D. Afonso II, o Gordo - 1185/1223
D. Sancho II, o Capelo - 1209/1248
D. Afonso III, o Bolonhês - 1210/1279
D. Dinis, o Lavrador - 1261/1325
D. Afonso IV , o Bravo - 1290/1357
D. Pedro I , o Justiceiro, o Cruel (o Apaixonado, na minha modesta opinião) - 1320/1367
D. Fernando I , o Formoso, o Inconstante - 1345/1383 , este último casado com uma verdadeira "Rosa Brava" com direito a post próprio numa póxima intervenção.

Para "responder" à Inês e à Maria

SOROR MARIANA ALCOFORADO




Em 1810, a nota publicada no jornal L’Empire, de Paris, pelo erudito Boissonade, trouxe para a ribalta o nome, até aí desconhecido; de Mariana Alcoforado como a autora das já muito célebres Lettres Portugaises, cinco cartas de amor dedicadas ao cavaleiro francês Noël Bouton, Marquês de Chamilly.
Mariana Alcoforado foi uma das religiosas da Ordem de Santa Clara, do Convento da Conceição de Beja, local onde actualmente funciona o Museu Regional da cidade. Natural de Beja, nasceu a 22 de Abril de 1640, entrou na clausura com 11 anos, vindo a professar aos 16. Porteira, Escrivã e Vigária, foram alguns dos cargos que exerceu durante a sua longa vida conventual. Faleceu em 28 de Julho de 1723.
As cartas de amor são a sua paixão sublime não correspondida, que perdura no tempo e tem despertado o interesse de todo o mundo. Desde a edição princeps de Claude Barbin, datada de 4 de Janeiro de 1669, com o título de “Lettres Portugaises Traduites en François”, até hoje, sucederam-se centenas de edições em diferentes idiomas, poemas, peças de teatro, filmes, obras de interpretação plástica e musical.
O Museu conserva ainda a grande janela gradeada, mais conhecida como a Janela de Mértola, das Portas de Mértola ou de Mariana, verdadeiro ex-libris do convento, do museu e da cidade, através da qual a religiosa viu tantas vezes passar aquele que a encantava e que num dia especial a destacou com o seu olhar e lhe fez sentir os primeiros efeitos da sua infeliz paixão.

terça-feira, agosto 22, 2006

mulheres portuguesas que saíram do anonimato

Acho giro neste blog fazermos um levantamento ( homenagem) às mulheres portuguesas que, por qualquer razão, ficaram na memória, dando a conhecer a sua " estória".
Será que na memória colectiva nos vamos reencontrar com elas?
Não interessa o porquê, a razão do não esquecimento- até pode ser a "estória" de uma avó ou mãe, ou um episódio da sua vida que a notabilizou.
Aceitam a proposta?
Dou inicio com Josefa de Óbidos.

Aqui vai

n. 1634. f. 22 de Julho de 1684.

Assim conhecida a distinta pintora que viveu no século XVII, e se chamava Josefa Ayala Figueira.
N. em Sevilha em 1634, para onde seu pai, Baltazar Gomes Figueira, pintor, mas de pouca fama, que era natural de Óbidos, fora residir, e ali casara com D. Catarina de Ayala e Cabrera.
Quando em 1640 se proclamou a independência de Portugal e D. João IV foi aclamado, Baltazar Figueira veio com sua família viver para Óbidos numa quinta chamada da Capeleira. Josefa contava então apenas 6 anos de idade, ali se educou, começando desde criança a manifestar uma vocação notável para a pintura e para a gravura em metal, lâminas de cobre e prata, no género chamado de pontinho.
Em 1653, aos 19 anos, fez a gravura da edição dos Estatutos de Coimbra. Depois trabalhou muito como pintora para os conventos e igrejas como retratista da família real. Pintou os retratos da rainha D. Maria Francisca Isabel de Sabóia, mulher de D. Pedro II, e de sua filha, a princesa D. Isabel, que foi noiva de Vítor Amadeu, duque de Sabóia, a quem esse retrato foi enviado. Na capela do noviciado do convento de Varatojo havia uma excelente Nossa Senhora das Dores, e no coro um Menino Jesus, quadros que lhe são atribuídos. Havia quadros seus em Alcobaça, Batalha, em Vale Bem-Feito no mosteiro de S. Jerónimo, em Évora, onde existe um Cordeiro engrinaldado de flores, que passa por ser um dos seus melhores trabalhos. A Academia de Belas Artes também possui um quadro de Josefa de Óbidos. Há quadros seus em várias igrejas de Óbidos, principalmente na de S. Pedro, onde ela foi sepultada, nas de Peniche, Torres Vedras, etc. Especializou-se principalmente na pintura de frutas e flores.
As gravuras em metal que fazia, segundo constava, e que diziam ser excelentes, estavam em casa de José Gomes de Avelar, parente ainda de Josefa de Óbidos. A ilustre artista viveu quase sempre na quinta da Capeleira, mas havia alcançado tanta reputação que muitas das pessoas que iam tornar banhos às Caldas da Rainha, se afastavam do seu caminho, para irem a Óbidos cumprimentá-la.
Josefa de Óbidos faleceu a 22 de Julho de 1684.
in www.portugal dicionário histórico

As velas ardem até ao fim

Durante a ida para o cinema, (cujo filme não deixou qualquer registo), por um mero acaso ou talvez não, veio até mim um livro de Sándor Márai, que me deixou a pensar sobre o papel que tem na nossa vida as pessoas que nela se cruzam e como a paixão, o amor e a amizade são sentidos de acordo com as referências que cada um de nós vai adquirindo com base nas suas próprias vivências.... a profundidade do discurso, a sua prosa envolvente e interrogativa faz deste livro um belíssimo romance que termina com uma pergunta com a qual vos deixo:

(...) Pensas também que o significado da vida não seja outro senão a paixão, que um dia nos invade o coração, a nossa alma e o nosso corpo, e depois arde para sempre, até à morte? Aconteça o que acontecer? E que se nós vivemos essa paixão talvez não tenhamos vivido em vão? É assim tão profunda, tão maldosa, tão grandiosa e desumana a paixão?...E talvez não se dirija a uma pessoa em concreto, mas apenas ao mesmo desejo?....Essa é a pergunta. (...)

Sándor Márai in "As velas ardem até ao fim"

domingo, agosto 20, 2006

que bom que é:

ver viena imperial
palmilhar ruas
ver igrejas
brincar
conhecer otto wagner
e, egon schiele
comer doces
ouvir Mozart

ver o "beijo" de Klimt
E......R_E_G_R_E_S_S_A_R.......

sexta-feira, agosto 18, 2006

saudade

Queridas deusas,

Perdoem o silêncio mas tem-me faltado a inspiração. Decidi hoje que nem sempre precisamos de inspiração para dizer o que sentimos....pois é a verdade é que sinto um pequeno espaço vazio dentro de mim, que tem crescido e que percebi agora se tratar de ....saudade....

Saudade dos vossos abraços, do vosso sorriso, das vossas palavras ternas e sábias, da vossa presença divina, dos nossos encontros e desencontros, da partilha entre mulheres tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais.

Quem já voltou de férias, partilhe connosco as suas fotos, os seus locais de férias, as suas experiências ou diga simplesmente: "olá estou de volta!"

Eu fiquei por cá, as minhas viagens foram dentro de mim mesma, o melhor destino de todos, no entanto dificil de fotografar.

Até breve!

terça-feira, agosto 15, 2006

Pois...

Pois...l
Falta a Maria e este blog hiberna enquanto ela veraneia para depois nos contar.
Será que não está cá NINGUÉM???

segunda-feira, agosto 07, 2006

Léo ferre, airam e o afegão. Coincidências??

" La solitude" -Leo Ferre

Je suis d'un autre pays que le vôtre, d'un autre quartier, d'une autre solitude. Je m'invente
aujourd'hui des chemins de traverse. Je ne suis plus de chez vous. J'attends des mutants. Biologiquement je m'arrange avec l'idée que je me fais de la biologie : je pisse, j'éjacule, je pleure. Il est de toute première instance que nous façonnions nos idées comme s'il s'agissait d'objets manufacturés. Je suis prêt à vous procurer les moules. Mais...

la solitude...
Les moules sont d'une texture nouvelle, je vous avertis. Ils ont été coulés demain matin. Si vous n'avez pas, dès ce jour, le sentiment relatif de votre durée, il est inutile de vous transmettre, il est inutile de regarder devant vous car devant c'est derrière, la nuit c'est le jour. Et...

la solitude...
Il est de toute première instance que les laveries automatiques, au coin des rues, soient aussi imperturbables que les feux d'arrêt ou de voie libre. Les flics du détersif vous indiqueront la case où il vous sera loisible de laver ce que vous croyez être votre conscience et qui n'est qu'une dépendance de l'ordinateur neurophile qui vous sert de cerveau. Et pourtant...

la solitude...
Le désespoir est une forme supérieure de la critique. Pour le moment, nous l'appellerons "bonheur", les mots que vous employez n'étant plus "les mots", mais une sorte de conduit à travers lequel les analphabètes se font bonne conscience. Mais...

la solitude...
Le Code civil nous en parlerons plus tard. Pour le moment, je voudrais codifier l'incodifiable. Je voudrais mesurer vos danaïdes démocraties. Je voudrais m'insérer dans le vide absolu et devenir le non-dit, le non-avenu, le non-vierge par manque de lucidité. La lucidité se tient dans mon froc.
Leo Ferre

quinta-feira, agosto 03, 2006

silly season

Quem havia de dizer...o Mundo interior dá voltas!
Eis-me em plena silly season, a saber apreciar o dolce fare niente! ( quem me viu, maria).
O ritmo do corpo ( como diz airam), induzido pelos felinos que me vieram ensinar.
Acordar sem horas. Insónias sem zangas, que já não o são, por serem aceites.
O ouvir com espanto um homem sábio, que ouve provocações,como se não o fossem.
Reencontrar o gosto das músicas esquecidas. Vêr filmes idiotas.
Arrumar armários, para organizar o espírito.
Interessante....esta experiência aportada pela silly season, permitida pela doçura de telefonemas de vozes queridas que me dizem que eu existo e pela presença de quem,como eu, vai curando feridas.

terça-feira, agosto 01, 2006

ALGUÉM DISSE QUE QUERIA RIR?

Poema de Mulher

Que mulher nunca teve
Um sutiã meio furado,
Um primo meio tarado,
Ou um amigo meio viado?

Que mulher nunca tomou
Um fora de querer sumir,
Um porre de cair
Ou um lexotan para dormir?

Que mulher nunca sonhou
Com a sogra morta, estendida,
Em ser muito feliz na vida
Ou com uma lipo na barriga?

Que mulher nunca pensou
Em dar fim numa panela,
Jogar os filhos pela janela
Ou que a culpa era toda dela?

Que mulher nunca penou
Para ter a perna depilada,
Para aturar um empregada
Ou para trabalhar menstruada?

Que mulher nunca comeu
Uma caixa de Bis, por ansiedade,
Uma alface, no almoço, por vaidade
Ou, um canalha por saudade?

Que mulher nunca apertou
O pé no sapato para caber,
A barriga para emagrecer
Ou um ursinho para não enlouquecer?

Que mulher nunca jurou
Que não estava ao telefone,
Que não pensa em silicone
Ou que "dele" não lembra nem o nome?