quarta-feira, janeiro 31, 2007

Vegetarianismo - Expressão de Ahimsa


(...)O vegetarianismo é um exemplo de como pôr em prática o valor por ahimsa (não violência ou não ofensa).
Muitos argumentos a favor da dieta vegetariana podem ser apresentados, mas o argumento básico que apoia a alimentação sem carne é simplesmente ahimsa.
Na Índia, onde existem mais vegetarianos do que que em qualquer parte do mundo, o vegetarianismo é baseado directamente na tradição védica: Himsan na kuryat (não cause dano)
Por que comer um ovo envolve mais ahimsa do que comer uma beringela?
E um bife a uma abóbora?
Todas as formas de vida necessitam de algum tipo de alimento.
Uma forma de vida alimenta-se de outra. O que é uma tragédia para o pássaro é o jantar para o gato. Sendo este o caso por que não devería o ser humano comer carne? Porque o ser humano não está na mesma categoria sem escolha, como o gato comedor de canários. Ele não pode usar o exemplo do gato como justificativa. Para o gato e outras formas de vida não-humanas, escolher o que comer para o jantar não é problema. Eles seleccionam o seu alimento apropriado por instinto. Eles vem pré-programados, sabendo o que devem comer, somente precisam localizá-lo. O mesmo não se dá com o ser humano que sendo autoconsciente, traz consigo uma livre escolha para determinar diferentes meios para alcançar os objectivos da vida, o que inclui a necessidade básica, o alimento. Não sendo pré-programado, o ser humano deve escolher o tipo de alimento que come. (...)
Todas as criaturas buscam viver livres de sofrimento
É simples ver que todos os seres humanos dão valor à vida. Qualquer ser vivo tenta permanecer vivo, inclusivé as plantas e outras formas elementares de vida. Entretando, também é evidente que todos os seres não parecem ter o mesmo nível relativo de consciência da vida, a mesma habilidade consciente de perceber ameaças à vida ou de lutar para preservá-la. As criaturas no reino animal estão mais perto dos seres humanos do que as plantas no que diz respeito à consciência das ameaças à vida e na sua luta para permanecerem vivas. Animais, pássaros, peixes e todas as criaturas móveis fogem de mim quando sabem que as estou a tentar apanhar para a panela. Quando as consigo agarrar, lutam e gritam. Portanto, não há como não saber que elas não querem ser feridas, que querem viver. Nenhuma criatura móvel quer ser o meu jantar. Uma vez que me foi dado livre arbítrio para escolher o alimento que como para me manter vivo, preciso encontrar alguma norma para me guiar na escolha dessa comida. A dádiva da livre escolha traz consigo a responsabilidade de seguir uma norma ética no exercício dessa escolha. Qual é a norma "dhármica" e de bom senso para a escolha do meu alimento? Os Vedas dizem-me: não cause dano. O meu bom senso diz-me que não deveria fazer de "alguém" o meu jantar, uma vez que não quero ser o jantar de "alguém". O que é um "alguém"? As criaturas vivas que possuem meios para fugir de mim e o equipamento para gritar em protesto ou lutar contra mim são mais um "alguém" do que plantas, enraizadas num lugar que silenciosamente abandonam os seus frutos para serem comidos, em geral, sem isso abdicar das suas vidas.
A escolha ético-racional para a dieta humana
Devido às pesquisas que indicam que uma alimentação vegetariana balanceada é completa e saudável, o uso da carne na dieta não pode ser justificado com base na necessidade nutricional. Se opto por comer carne, esta opção deve ser entendida simplesmente como uma preferência minha. Não há problema em satisfazer essa preferência se não existe nenhuma razão dominante indicando o contrário. No caso de comer carne, existe uma forte razão ética de bom senso para não satisfazer essa preferência, se ela existe.(...) Se insisto em incluir carne na minha dieta, elevando esta decisão ao status ético, deveria colocar-me na mesma condição dos outros animais carnívoros. Para estar na mesma condição eu deveria caçar e matar a minha presa com as mãos vazias, sem o auxílio de armas, expondo-me assim à possibilidade de ser o jantar de "alguém" enquanto procuro outras criaturas para serem o meu jantar. Se não tenciono agir assim, a utilização de animais como alimento será antiética, entrando em conflito com o meu valor parcial pela não violência. (...)
Ahimsa requer sensibilidade e atenção
O valor por ahimsa exige atenção e sensibilidade diárias em todas as áreas da minha vida. É um valor que se expressa na minha atitude em relação às plantas tanto quanto em relação aos seres humanos e aos animais. A destruição cruel da vida vegetal indica uma falta de sensibilidade ao valor ahimsa. Ahimsa é um valor pela não destruição ou não dano a qualquer parte da criação, a criação da qual também sou uma parte. Eu não esmago, desfolho, arranco ou derrubo negligentemente. Com relação aos meus companheiros seres humanos, fico atento às palavras, actos ou pensamentos que possam ser ofensivos. Desenvolvo uma apreciação mais subtil pelos sentimentos dos outros. Passo a ver além das minhas próprias necessidades, compreendendo as necessidades do outro à minha volta. (...)
O Valor dos Valores
Swami Dayananda Saraswati

quarta-feira, janeiro 24, 2007

sábado, janeiro 20, 2007

elizabeth peyton


Born in 1965, Elizabeth Peyton paints and draws portraits of people who are in some way close to her – whereby her relationship to her subjects can assume a variety of forms. They might be personal friends, but could equally be historical figures or popstars. The crucial factor is the intensity of the encounter that first inspired the artist to preoccupy herself with these `companions'. Whether a close companion or a worshipped idol, in Peyton's paintings and drawings the distinctions between friends and stars ultimately become blurred.

sexta-feira, janeiro 19, 2007

gostos

Gostos não se discutem.
Mas, deusinhas, digam se gostam mais do actual ou do antigo

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Tempo para sonhar



Take me away to the seashore
Where I can just sit and dream
And feel the strength of the ocean
As the soft mist washes me clean.

Sounds of the waves hypnotize me
The rythmn soothes all my cares
There is no place on earth more refreshing
Than here, breathing in the salt air.

Where the light house plays host to the seagulls
And offers its welcoming beam
Inviting those weary from life's struggles
To stop and take time to dream."

Sharon Langan

Da India para...mim

Procuro
Em cada rosto, lugar.
Em cada País que de passagem estou.

Encontro
O humano possível!
E o desumano também.

Neste olhar divergente e convergente
Encontro espaços dentro de mim, por vezes
Muitas...

A névoa da manhã percorre-me
E ainda que o Sol brilhe,
os seus raios encontram uma ténue resistência.

Sou árvore, flor, erva que toco a terra e o ar aspirando o Céu.
Ilusão a minha! O Céu não existe.
Antes um espaço imenso onde projecto todas as possibilidades.

Aqui nesta terra - Índia - encontro:
PAZ, aceitação, convivência,
para além das diferentes formas.

NAMASTÉ

30-12-2006
AIRAM

quinta-feira, janeiro 11, 2007

namasté

A ti, deusita, vinda da India, desejamos um retorno yoguini

segunda-feira, janeiro 08, 2007

baby boomers

Ontem, em " zapping" apanhei uma reportagem sobre os baby boomers japoneses.
Curiosa,no mínimo. As mulheres japonesas ( casa dos 60, 65 anos de idade) foram educadas na missão de criar os filhos, tratar da casa, e...nunca, por nunca, manifestar opinião própria, gostos ou discordância em relação às orientações do seu marido.
Estes , como lhe chamavam na reportagem, "assalariados", saíam de casa de manhãzinha e regressavam à noite. As mulheres ficavam,assim, sózinhas o dia todo.
E, chegou, agora, a hora da reforma. Manifesta-se, então um fenómeno, alvo da reportagem. As mulheres desenvolvem um síndroma "do regresso a casa do homem reformado". Manifestações físicas : vómitos, dores de cabeça, depressão. Em massa, até que um médico verificou que eram sintomas de medo face ao regresso do homem. Entravam em pânico por ter que não só conviver com um homem que não lhes dizia nada no ponto de vista afectivo, mas sobretudo por terem que durante 24 horas, obedecer e não se manifestar......Socorrem-se , então, de terapias e... os casais mais jovens temendo que lhes suceda a mesma situação, confidenciam que vão seguir o modelo europeu para terem mais sucesso nos seus casamentos.
GOSTARAM?

quarta-feira, janeiro 03, 2007

FELIZ ANO NOVO

E velinha mas aqui vai uma receita de jovialidade para todos.

“Deita fora todos os números não essenciais à tua sobrevivência.
Isso inclui idade, peso e altura.
Deixa o médico preocupar-se com eles.
É para isso que ele é pago.

Frequenta, de preferência, amigos alegres.
Os de "baixo astral" põem-te em baixo. Continua aprendendo...

Aprende mais sobre computador, artesanato, jardinagem, qualquer coisa.
Não deixes o teu cérebro desocupado.
Uma mente sem uso é a oficina do diabo. E o nome do diabo é Alzheimer.
Curte coisas simples.
Ri sempre, muito e alto.
Ri até perder o fôlego.
Lágrimas acontecem.
Aguenta, sofre e segue em frente.

A única pessoa que te acompanha a vida toda és tu mesmo.
Mantém-te vivo, enquanto vives!
Rodeia-te daquilo de que gostas: família, animais, lembranças, música, plantas, um hobby, o que for.

O teu lar é o teu refúgio. Aproveita a tua saúde;
Se for boa, preserva-a. Se está instável, melhora-a. Se está abaixo desse nível, pede ajuda.

Não faças viagens de remorso. Viaja para o Shopping, para a cidade vizinha, para um país estrangeiro, mas não faças viagens ao passado.

Diz a quem amas, que realmente os amas, em todas as oportunidades. E lembra-te sempre de que:

A vida não é medida pelo número de vezes que respiraste, mas pelos momentos em que perdeste o fôlego:

de tanto rir...
de surpresa...
de êxtase...
de felicidade..."

Há pessoas que transformam o Sol numa simples mancha amarela, mas há também as que fazem de uma simples mancha amarela o próprio Sol"

Pablo Picasso

terça-feira, janeiro 02, 2007

Amigo

O pôr do sol de inverno espalha-se pela planície , há um silêncio de vozes, só o som sincopado dos sapatos batendo no cimento dos que te acompanham, como eu, à tua última morada. Como um mantra,repetitivo, igual, quase um japa. Acorda-me a memória, ali, onde és só tu. A tua figura marcante de origem goesa acompanhou-me a vida a espaços. Foste testemunha da minha vida e eu da tua desde os meus vinte anos. Comungámos os estudos, a profissão,o nascimento dos filhos, a dor , a alegria. De ti, homem de poucas palavras, sempre ponderadas e suaves , fica a imensa ternura, a aceitação total do ser humano, de que nunca ouvi uma crítica, somente a explicação; mesmo quando te magoavam, sómente compaixão. Vejo-te à minha espera, no teu jardim, num dos muitos fins de semana passados juntos. Esperavas-me, para me abraçar com ternura, recebendo-me como se eu fosse a pessoa mais importante do mundo. Davas-te com as refeições sensoriais da tua terra cuidadas ao pormenor, o vinho escolhido, o meio sorriso ternurento quando eu te provocava, desafiando os teus príncipios e valores conservadores, ou a tua fé e religião. Havia apenas uma mão compassiva sobre a minha cabeça, transmitindo a compreensão por outras vias que não eram as tuas. Criaste uma família, com a companheira que amavas e a quem trataste por diminutivo, até ao fim. Ah, que falta me vais fazer neste caminhar pela estrada, que saudade já sinto de descansar da turbulência no oasis que fizeste do teu lar. Até um dia, até um dia, Meu Amigo.