Será que na memória colectiva nos vamos reencontrar com elas?
Não interessa o porquê, a razão do não esquecimento- até pode ser a "estória" de uma avó ou mãe, ou um episódio da sua vida que a notabilizou.
Aceitam a proposta?
Dou inicio com Josefa de Óbidos.
Aqui vai
n. 1634. f. 22 de Julho de 1684.
Assim conhecida a distinta pintora que viveu no século XVII, e se chamava Josefa Ayala Figueira.
N. em Sevilha em 1634, para onde seu pai, Baltazar Gomes Figueira, pintor, mas de pouca fama, que era natural de Óbidos, fora residir, e ali casara com D. Catarina de Ayala e Cabrera.
Quando em 1640 se proclamou a independência de Portugal e D. João IV foi aclamado, Baltazar Figueira veio com sua família viver para Óbidos numa quinta chamada da Capeleira. Josefa contava então apenas 6 anos de idade, ali se educou, começando desde criança a manifestar uma vocação notável para a pintura e para a gravura em metal, lâminas de cobre e prata, no género chamado de pontinho.
Em 1653, aos 19 anos, fez a gravura da edição dos Estatutos de Coimbra. Depois trabalhou muito como pintora para os conventos e igrejas como retratista da família real. Pintou os retratos da rainha D. Maria Francisca Isabel de Sabóia, mulher de D. Pedro II, e de sua filha, a princesa D. Isabel, que foi noiva de Vítor Amadeu, duque de Sabóia, a quem esse retrato foi enviado. Na capela do noviciado do convento de Varatojo havia uma excelente Nossa Senhora das Dores, e no coro um Menino Jesus, quadros que lhe são atribuídos. Havia quadros seus em Alcobaça, Batalha, em Vale Bem-Feito no mosteiro de S. Jerónimo, em Évora, onde existe um Cordeiro engrinaldado de flores, que passa por ser um dos seus melhores trabalhos. A Academia de Belas Artes também possui um quadro de Josefa de Óbidos. Há quadros seus em várias igrejas de Óbidos, principalmente na de S. Pedro, onde ela foi sepultada, nas de Peniche, Torres Vedras, etc. Especializou-se principalmente na pintura de frutas e flores.
As gravuras em metal que fazia, segundo constava, e que diziam ser excelentes, estavam em casa de José Gomes de Avelar, parente ainda de Josefa de Óbidos. A ilustre artista viveu quase sempre na quinta da Capeleira, mas havia alcançado tanta reputação que muitas das pessoas que iam tornar banhos às Caldas da Rainha, se afastavam do seu caminho, para irem a Óbidos cumprimentá-la.
Josefa de Óbidos faleceu a 22 de Julho de 1684.
in www.portugal dicionário histórico
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