MÁRIO CESARINY DE VASCONCELOS nasceu no dia 9 de Agosto de 1923 em Lisboa. Frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio e estudou música com o compositor Fernando Lopes Graça.
Poeta português da escola Surrealista, encontra-se em 1947 com André Breton, facto determinante no desenvolvimento de seu trabalho literário. Ainda nesse ano participa com Alexandre O'Neill, António Pedro etc., do Grupo Surrealista de Lisboa. Por não concordar com a linha ideológica do grupo, afasta-se de maneira polémica e funda o "Grupo Surrealista Dissidente".
Representante do Surrealismo português, Mário Cesariny, no início de sua produção literária, mostra-se influenciado por Cesário Verde e pelo Futurismo de Álvaro de Campos.
poema
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
2 comentários:
adoro o poema. muito actual. Também adorava conseguir entrar e participar no blog mas qdo respondi ao convite este já era.... e fui recusada, snif snif tb mereço, baldas como ando...
xana
Adorei o poema!
Tão actual?!?!? Diria antes tão real! O amor e o desejo são sempre actuais! Tão real? É uma realidade especial, mas é bom quando existe. Aliás: não é bom - é INDISPENSÁVEL!!!
E já agora vejam o livro do Manuel Alegre "Sete sonetos e um quarto".
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